janeiro 01, 2012

Grito do Morro



Pus capuz e escondido, vi artifícios coloridos estourarem tão perto, que logo estourei-me em ideias. E esse, foi o maior de todos os estouros daquela noite.
Logo minhas ideias espalhadas pelo todo e pelo sempre, construíam sensos incomuns de palavras... E as palavras, criavam-se na força dos que foram calados... E os calados, gritavam o grito dos desesperados...
- Desespera-se às vezes é a solução!
Criado no acúmulo da censura e fruto da desigualdade, o grito desesperado fez-se multidão e logo, tinha a rua como abrigo e as palavras como arma!
As palavras às vezes são as melhores armas... Entretanto, cautele-se, digo às vezes.
A multidão fez-se mais, entre o aglomerado das estrelas fez-se brilhante e gritante de ideais.
A praia tirava-se do sono da maré, e em altas ondas gritava... Explosões multicoloridas, de medo e verdade caiam dos céus.
E a multidão caminhava
E a multidão rasgava as roupas
E a multidão segurava coragem e bandeiras
E a multidão gritava!
No alto do palácio do engano e do roubo, os ladrões do afeto e da honra, riram com fuzis às mãos...
E o povo continuava
E o povo corria
E o povo gritava!

Eu vi,
A reconstrução eu vi. Era tijolo arrancado na mão, choro no peito e riso no dente. Raiva de repente alegria que invadia. Percussão de bateria batida na lata e grito. Força de sofrer que arrastava o corpo e fazia viver. Foi se derrubando com sopro de desespero e indignação. Mortuária máscara tirada da cara de quem vivia e agora se evadia.

- Liberdade!  Anunciou em cálido tom o doutor cidadão.




Lucas Forlevisi 01/01/2011

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